quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Saúde 10, maio, 2022

Secretaria de Saúde reforça importância de medidas de prevenção contra o Aedes aegypti

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Com o aumento de casos de arboviroses registrados no primeiro quadrimestre deste ano em João Pessoa, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reforça a importância de medidas de prevenção que devem ser seguidas diariamente pela população. As arboviroses mais comuns são transmitidas pelo Aedes aegypti, que são Febre Chikungunya, Zika Vírus e Dengue e, de janeiro a abril foram confirmados 2.446 casos.

Reforçando as ações de prevenção, as equipes da Vigilância Ambiental, com os agentes de endemias e comunitários, têm realizado visitas às casas e locais públicos com orientações à população sobre medidas preventivas, aplicação de larvicida, além de parceria com a Secretaria do Estado da Saúde para o uso do carro fumacê.

A Diretora de Atenção a Saúde da SMS, Alline Grisi, reforça que mesmo com as ações de prevenção e combate realizadas pela secretaria, é preciso que a população também mantenha no seu dia a dia os cuidados já conhecidos para prevenir a proliferação do Aedes aegypti.

“É importante que as pessoas procurem averiguar em suas residências, locais de trabalho e de lazer tudo o que, por ventura, possa acumular água, seja um saco plástico, um descartável e tantos outros pontos que podem juntar água e virar foco do mosquito. Também é importantíssimo verificar as calhas ou qualquer depósito em cima das casas que possa acumular água”, destaca Alline Grisi.

Arboviroses são as doenças causadas pelos arbovírus, que são vírus onde o principal transmissor é um artrópode, que pode ser um mosquito ou carrapato. Existem 545 espécies de arbovírus, onde 150 causam doenças em seres humanos. Além de possuírem o mesmo vetor de transmissão, essas doenças possuem sintomas semelhantes e podem causar o desenvolvimento de complicações neurológicas, como encefalites, choque hemorrágico, Síndrome de Guillain Barré e outras doenças neurológicas. Uma das principais complicações é a microcefalia em recém nascidos de mães que adquiriram o Zika Vírus durante a gestação.

O morador do bairro do Cristo, Eder Almeida, teve dengue e chikungunya, com um intervalo de dois meses. Além dele, todas as pessoas em sua casa também foram contaminadas. “A dengue foi uma surpresa, pois na minha casa sempre tomamos todos os cuidados para evitar focos, mas, ainda assim fomos contaminados. A equipe de Vigilância Ambiental veio até nós e fez a inspeção na nossa casa e na nossa vizinhança. Aqui em casa não foi encontrado foco, mas em nosso vizinho sim. Pouco tempo depois adoecemos novamente, dessa vez o exame deu positivo para chikungunya e, mais uma vez, não tínhamos foco em casa e adoecemos por conta de outra pessoa que não teve os cuidados necessários para evitar a proliferação do Aedes”, relata o profissional de Educação Física.

Proliferação – Como o vetor de transmissão dessas arboviroses é o mesmo, as formas de evitar contrair as doenças também. O Aedes precisa de água parada para proliferar, portanto, o período do ano com maior transmissão são os meses mais chuvosos de cada região, épocas quentes e úmidas. No entanto, o cuidado com a higiene e evitar deixar água parada são fundamentais, uma vez que os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano até encontrar as condições propícias para o seu desenvolvimento.

“É importante lembrar também que, embora algumas pessoas acreditem que apenas em casas com jardim e quintal podem ter focos do Aedes aegypti, dentro dos apartamentos e nas áreas comuns de condomínios residenciais também existem lugares que podem acumular água e se tornar criadouros, dessa forma, a vigilância desses ambientes também deve ser contínua”, destaca a gerente de Vigilância Ambiental, Pollyana Dantas.

“Ter dengue e chikungunya foram experiências desgastantes e dolorosas. Com a dengue precisei ficar internado por alguns dias e por muito pouco não evoluiu para a forma hemorrágica, além disso, ainda hoje sinto dores por conta da chikungunya. Os sintomas não são fáceis de lidar, por isso sempre peço que as pessoas tenham cuidado em suas casas”, relata Eder Almeida.

Números – De janeiro a abril deste ano, foram confirmados 2.446 casos de arboviroses, sendo 1.824 de dengue, 119 de zika e, 503 casos de chikungunya.

De acordo com o boletim epidemiológico da Vigilância em Saúde, os bairros com mais casos de dengue são Cruz das Armas, Bairro das Indústrias, Cristo Redentor, Mangabeira e Oitizeiro. Os casos de Zika são mais recorrentes em moradores dos bairros Centro, Mangabeira, Gramame, Cristo e Tambaú. Já os bairros Mangabeira, Bancários, Cidade Universitária, Cristo e Castelo Branco têm os maiores números de casos de Chikungunya.

As arboviroses também têm gerado aumento nos atendimentos nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da Capital. Em março deste ano, foram atendidas 1.207 pessoas suspeitas de infecção por alguma das arboviroses causadas pelo Aedes. Já no mês de abril, esse número subiu para 2.154 atendimentos por casos suspeitos de dengue, zika e /ou chikungunya.

Serviço – Quem souber de localidades com possíveis focos do Aedes aegypti, pode denunciar por meio do Disk Dengue, através do número 3214-5718.

Assistência – Quem apresentar os sintomas de uma das doenças deve procurar sua Unidade de Saúde da Família de referência e, em casos mais graves é preciso buscar assistência em uma porta de urgência, como as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) ou hospitais que atuam como porta aberta para urgências.

Dengue – A infecção por dengue pode ser assintomática, leve ou causar doença grave, levando à morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele.

Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Na fase febril inicial da doença pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, entre outros sintomas.

Zika – Cerca de 80% das pessoas infectadas pelo Zika vírus não desenvolvem manifestações clínicas. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa, dor leve nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos.

No geral, a evolução da doença é benigna e os sintomas desaparecem espontaneamente após três ou sete dias. No entanto, a dor nas articulações pode persistir por aproximadamente um mês. Formas graves e atípicas são raras, mas quando ocorrem podem, excepcionalmente, evoluir para óbito.

Chikungunya – Os principais sintomas são febre alta de início rápido, dor intensa nas articulações dos pés e mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Os sintomas iniciam entre dois e doze dias após a picada do mosquito, podendo ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. Não é possível ter chikungunya mais de uma vez e depois de infectada, a pessoa fica imune pelo resto da vida.

O mosquito adquire o vírus CHIKV ao picar uma pessoa infectada, durante o período em que o vírus está presente no organismo infectado. Cerca de 30% dos casos não apresentam sintomas.

Fonte: SECOM/PB

Foto: SECOM/PB