No Brasil várias crianças iniciam na natação para aprenderem a nadar ou por problemas respiratórios ou porque os pais escolhem para iniciar uma atividade física. Nesse contexto, surgem diversos nadadores pequenos que demonstram talentos e caraterísticas esportivas. Dessa forma, encontramos nadadores cada vez mais jovens em competições esportivas de nível nacional e internacional.
Um artigo publicado pela FOLHA DE SÃO PAULO (28/7/92), sobre as olimpíadas de Barcelona, indicou que a média de idade da equipe norte americana de natação foi de 23,5 anos, o que demonstra uma certa tendência, novamente, de aumento nas idade médias dos atletas olímpicos. Porém, os dois extremos estiveram presentes, foram vencedores atletas com idade de 14 anos e de 27 anos. (DARIDO E FARINHA, 2005, p.61).
Quando se identifica atletas muito jovens em competições esportivas internacionais como olimpíadas, sabe-se que houve um período de preparação. “De fato, as pesquisas têm demonstrado que se exigem de 8 a 12 anos de treino para um atleta alcançar o nível de elite”. (BALYI e HAMILTON, 2004 apud GALLAHUE, 2005, p.199). Se isto acontece, qual o período em que se iniciam os treinamentos esportivos específicos? Na situação de se ter um atleta de 15 anos em uma olimpíada, nos leva a pensar que ou o tempo de preparação foi longo ou a intensidade foi alta, ou os dois fatores levaram a esta situação. Quais as possíveis consequências do tempo e intensidade da prática para a permanência do atleta no esporte?
Ramos e Neves (2008, p.1) indicam que “a Iniciação esportiva é o período em que a criança começa a aprender de forma específica e planejada a prática esportiva.” Essa iniciação, de acordo com Capitanio (2003) citado por Ramos e Neves (2008), possui duas faces: a primeira é sua utilização como etapa inicial na formação de atletas; a segunda é a iniciação esportiva como etapa elementar na aprendizagem dos esportes com finalidade educativa, recreativa ou de uso cotidiano. No primeiro caso o objetivo é o desempenho através das habilidades específicas esportivas, já no segundo, a amplitude de possibilidades de estímulos objetiva o “desenvolvimento motor, aprendizagem motora, desenvolvimento cognitivo e afetivo-social”. (p.5).
Esse assunto sempre gera muita polêmica, pois a especialização precoce do nadador no Brasil vem acontecendo muito cedo. Percebo o envolvimento dos pais e técnicos, mas a parte psicológica do nadador mirim deve ser priorizada também. As vezes pular etapas significa a aposentadoria de um nadador.
Entender a especialização precoce na natação é ir um pouco além do pensamento que o gera: quanto mais o aluno treinar mais vai render. Este fenômeno é um reflexo do funcionamento e valores na nossa própria sociedade. Nossa era é a época do rendimento, tudo precisa render: as máquinas, as pessoas, o tempo. Estamos confundindo o objetivo de superar limites por meio do esporte de rendimento por resultados a qualquer custo. A prioridade pelo resultado gera um custo para a criança e adolescente submetidos ao treinamento esportivo precoce. Todos devemos refletir.
Copa Brasil de Aguas Abertas
Neste fim de semana, João Pessoa vem sendo a capital da maratona aquática. Mais de 300 nadadores estão disputando diversas travessias. Dessa vez, a ideia é fazer surgir grandes talentos na faixa etária entre 7 e 12 anos, no mar.
Circuito de Natação
Pelo calendário da FEAP- Federação de Esportes Aquáticos da Paraíba nos dias 12 e 13 de março haverá a primeira etapa do paraibano de natação absoluta. Dessa forma, nossos nadadores estão intensificando os treinamentos para iniciarem o ano com o pé direito.