O(a) leitor(a) há de estranhar o termo alvirrubro no plural; afinal, o vencedor de quarta (9), no jogo de que vou falar, Auto Esporte x Esporte de Patos, não foi o primeiro e, também, o campeão? Ocorre que os dois times foram rigorosamente iguais em tudo: fizeram uma campanha igual na primeira fase; uma semifinal, idem; e uma final idem, idem.
Deu gosto ver a decisão de ontem! Gosto, emoção, prazer, esperança (que já estava se acabando) de ver Patos e João Pessoa voltarem a ter os clássicos maravilhosos: Esporte x Nacional e Auto Esporte x Botafogo, respectivamente.
A final foi linda! Bem jogada, bem disputada; os dois times atuando bem abertos, destemidos, livres, buscando o gol, sem medo do adversário.
No primeiro tempo, o auto começou “com todo o gás”, sufocando o Esporte, quase marcando; mas depois que o time de Patos “respirou”, as coisas se inverteram: O Esporte começou a perigar e fez o Auto tremer nas bases.
O segundo tempo veio no mesmo diapasão; só que agora, invertido: o Esporte dá o sufoco no começo, o Auto “respira” e tudo fica – repita-se – rigorosamente igual novamente: ataques lá e cá, emoção descontrolada, “frio na barriga”, coração acelerado. Aí sim, os corações dos torcedores de ambos os times ficaram mais bombeados do sangue simbólico que representa as duas equipes. Lembrei-me daquela música: “Meu coração é vermelho…” E haja coração!
Ainda no segundo tempo, quase no final do jogo, numa jogada incrível, em apenas 1 minuto de lance, ataque da equipe do Esporte com três chutes perigosos e a mesma bola duas vezes na trave.
Fim do tempo regulamentar. Vamos para a “loteria” dos pênaltis. E tudo continua rigorosamente igual: penalidades executadas de forma perfeita pelos jogadores dos dois times; quando houve defesas, dos goleiros dos dois lados.
Chega a hora das cobranças em revezamento.
E é aí que quero colocar minha posição acerca de decisão por pênaltis. Não, não é “loteria”. E Quando os dois lados estão jogando com mesma maestria, comparo ao jogo de xadrez: ambos são grandes jogadores; mestres; aí chega a hora do deslize, do engano e qualquer errinho pode ser fatal. E esse erro foi do Esporte: Mike cobrou um dos pênaltis mais mal cobrados que já vi. Deu Auto. Mas a alegria é geral: Auto e Esporte estão, novamente, na primeira divisão, para honra e glória do futebol da capital e da cidade interiorana.
Lição de educação e futebol
Sinceramente, emocionei-me e fiquei esperançoso e feliz com a educação, respeito e lição dos atletas e dos treinadores. O lance que mais me tocou foi na hora da cobrança dos pênaltis, em que os dois goleiros se cumprimentaram, respeitosa e afetivamente e não foi puro ato artificial; a gente via pelo semblante deles. Sem contar com o cumprimento caloroso dos dois jovens treinadores.
O passado não volta, mas é possível esse tipo de atitude cordial voltar a ser rotina (e não, exceção!) no futebol. Ontem, tivemos uma prova disso.