Um fato inusitado está acontecendo no atual campeonato paraibano da segunda divisão: o Sabugy, time de Santa Luzia, está “mandando” os jogos em João Pessoa, a 261 quilômetros da cidade interiorana. Mais inusitado ainda é que alguns jogos do time aconteceram em João Pessoa (Ex.: Sabugy x Atlético de Cajazeiras) e outros em Sapé (Sabugy x Esporte de Patos). O Porquê, ninguém até agora explicou.
Em agosto, vi uma entrevista na TV Cabo Branco em que o então presidente do clube (soube, nesta semana, por um dirigente de outro, que ele teria se afastado) dizendo (sem falar os motivos) que o time disputaria os jogos na capital e “lamentava” que poucos torcedores teriam condição de se locomover para prestigiar.
É impossível deixar de usar o clichê: “Seria cômico, se não fosse trágico”!
Como é?
Então quer dizer que um time de Santa Luzia está “mandando” os jogos em João Pessoa e o presidente do clube apenas “lamenta” pelo torcedor?
Sabemos que, há tempos, existe, na Paraíba, esse tipo de articulação.
Veja-se o exemplo do Internacional (a propósito, onde anda?). Durante anos seguidos, a cada campeonato estava num local diferente; ora numa cidade; ora noutra, incluindo cidades do interior, bem distante da “sede” do time: João Pessoa.
Que alquimia é essa? E que campeonato é esse, em que o torcedor é totalmente desprezado?
Não basta lamentar a situação do torcedor; tem que respeitá-lo!
Sabemos todos que tais times, por óbvio, têm pouca torcida. E o que fica do pouco se tirarmos um tanto?
É bom lembrar aos “dirigentes” de tais clubes que apesar de o Estatuto do Torcedor haver sido revogado pela Lei Geral do Esporte esta contém artigos que protegem o direito dele; e um dos direitos é, sem dúvida, o da publicidade e transparência.
