Tendo sido, anteontem (3), campeão, por antecipação, do Brasileirão 2025 (desculpem a rima; foi inevitável!), poucos dias após haver conquistado o tetracampeonato da Libertadores, Filipe Luís finalizará 2025 como uma grande revelação, grande vencedor e colecionador de títulos. E tem algo mais a ser destacado: desde Vanderlei Luxemburgo, em 2011, não houve técnico do Flamengo que começasse e terminasse o ano.
Mas, por medida de justiça, é preciso exaltar esse gigante chamado Arrascaeta: um jogador completo, técnica e taticamente. Além de raçudo, joga com verdadeira devoção à camisa. Com 23 gols e inúmeros passes cuja maioria resultaram em gol.
Também por medida de justiça não podemos esquecer de Rossi, esse extraordinário goleiro e suas inacreditáveis defesas; seu sangue frio nas horas necessárias; sua segurança… Enfim, um goleiro de verdade!
Com isso não estou, é claro, desmerecendo o valor dos demais. Mas é inegável que seria necessários os destaques que fiz: uma coisa não elide a outra.
Voltemos a Filipe Luís, um treinador seguro, competente, corajoso, que tomou muitas atitudes criticadas, mas sempre segurou seus posicionamentos, porque tinha firmeza e sabia o que estava fazendo. Fez o que muito treinador não tem coragem de fazer: reconhecer que tem que mudar em determinadas horas, independentemente de gritaria de torcedor e opinião de parte da imprensa. Fez o time brilhar, na hora que tinha que brilhar, e jogar discreto, na hora em que jogar discreto era necessário. Foi, sem dúvida, como já afirmei, objetivo, firme e decidido.
Filipe Luís fez o (quase) inacreditável: a torcida esquecer Jorge Jesus, cujo estilo era bem diferente: impunha um jogo agressivo e ousado.
Se observarmos direitinho, a “fórmula” de Felipe Luís (se é que ele tem fórmulas) é Jorginho construir as jogadas e Arascaeta fazer o mais difícil.
Mas, como disse, não estou anulando o mérito dos demais jogadores. É preciso fazer menção, também, a Samu Lino, Plata, Pedro, embora esse tenha ficado no banco em algumas rodadas; Pulgar, Ayrton Lucas…
Enfim, o Flamengo tem disciplina, esforço, controle da bola e um trabalho consciente de equipe.
E não me venham com essa de que o Flamengo só conseguiu tudo isso por causa do poder econômico. O Palmeiras também tem. E um treinador de primeira!