quarta-feira, 24 de abril de 2024

Horieby: criatividade para sobreviver durante a pandemia

2, julho, 2021

Tudo parecia tão normal como sempre ocorria em anos anteriores. Passadas as festas de fim-de-ano, depois o carnaval, era chegada a hora de programar as pautas para a retomada das temporadas teatrais, dos shows, exposições e música ao vivo nos barzinhos.

Ninguém contava com um cenário jamais imaginado por essas bandas, onde todas as casas de espetáculo seriam fechadas, os bares não teriam mais apresentações ao vivo e as galerias de arte também fechariam suas portas. Foi exatamente o que aconteceu a partir do fatídico dia 18 de março de 2020, quando foi anunciado oficialmente que estávamos vivendo uma pandemia.

Alguns pesavam que seriam apenas 15 dias e que no início de abril do mesmo ano tudo seria reaberto, mas a pandemia do Novo Coronavírus, causador da Covid-19, não estava apenas de passagem. Já estamos no segundo ano consecutivo com índices alarmantes de infectados e – pasmem – mais de meio milhão de mortos no Brasil.

Durante todo esse tempo, como os artistas fizeram e ainda estão fazendo para sobreviver? Em todo o Brasil, a grande sacada foi a realização de “lives”, ou seja, shows realizados sem o público em que o público assiste de casa pelo instagram ou facebook do artista.

Na Paraíba, não está sendo diferente: as lives tomaram conta de grandes eventos, como “O Maior São João do Mundo”, mas funcionam a contento apenas para os grandes empreendedores, aqueles que já têm patrocinadores certos.

Os artistas individuais ou os grupos de teatro, por exemplo, permanecem enfrentando grandes dificuldades para atrair público às suas exibições virtuais e, consequentemente, continuam passando necessidade.

Um dos artistas que está usando a criatividade para enfrentar a falta de público na Paraíba é o artista visual Horieby Ribeiro. Ele expunha seus trabalhos – pinturas em acrílico sobre tela, caricaturas e outras obras – em feiras de artesanato e na Casa do Artesão Paraibano.

Com o fechamento desses espaços devido à pandemia, Horieby passou a anunciar em suas redes sociais que faria a caricatura a partir da foto do interessado e mandava em alta resolução para o email do interessado. Cobrava R$ 30,00 pelo trabalho e aliviava suas despesas diárias pelo menos por algum tempo.

O problema é que a pandemia está demorando demais a ser controlada e uma nova idéia surgiu na cabeça de Horibey: expôs três desenhos de sua autoria para o cliente escolher e, depois do depósito efetuado, o cliente lhe mandava uma mensagem com o comprovante e indicação do desenho escolhido. Pronto: a obra de arte seria encaminhada para o email do comprador em alta resolução para ele imprimir.

Além de fazer e vender sua arte por conta própria através da internet, Horieby apresentou no seu canal no Youtube o projeto #retrato, que foi contemplado com o prêmio Funarte “RespirArte”. Os editais de cultura, ainda que poucos, também estão sendo a válvula de escape para muitos artistas que ficaram chão com a pandemia desde o ano passado.

Quem quiser conhecer o trabalho de Horieby Ribeiro basta acessar o endereço: https://www.facebook.com/horieby.ribeiro ou pelo instagram @horieby

O caso do artista visual Horieby Ribeiro ilustra bem como o artista paraibano está tentando “se virar” nesses tempos de pandemia, mas em outras áreas como o teatro e a música os problemas são mais difíceis de resolver por serem atividades que envolvem mais pessoas em sua produção.

Teatros fechados, silêncio na platéia!

Desde março de 2020 os teatros paraibanos estão fechados. O silêncio na platéia é ensurdecedor! Uma pena!

Muitos grupos de teatro chegaram a fazer campanhas pedindo ajuda financeira à população. Não só os teatros, mas os cinemas e as galerias de arte também.

Os circos que, costumeiramente, se instalavam nos bairros mais populares de João Pessoa, deixaram só a saudade e a lembrança daquela lona azul e amarela, com alguns furinhos que davam para ver o céu.

Os bares, em silêncio, não ecoam mais as vozes do público e, muito menos, do cantor ou da cantora a embalar sonhos e delírios, a desfilar por bossa nova, rock, pagodão, reggae  funk ou sertanejo. 

 Até quando vamos ficar apenas imaginando a cena? Acaba logo pandemia!

Fotos: facebook do artista