quinta-feira, 28 de março de 2024

Isso não é racismo, dona Djamila!

25, fevereiro, 2022

Há uma colunista na Folha de São Paulo, chamada Djamila Ribeiro, cujos artigos são odiosamente monotemáticos e em tudo ela vê racismo. Às vezes, o fato não tem qualquer nexo com preconceito, mas a doutora “força a barra” para fazer parecer.

A “filósofa” (sim, ela tem título, mas isso não me obriga a chamá-la de filósofa), num dos últimos artigos se superou e destilou um monte de argumentos absurdos, que merecem reparo.

Falando sobre um comentarista esportivo, a quem não nomeou, disse:
“(…) salvo exceções, jornalistas esportivos não se qualificam na compreensão da sociedade em que estão e costumam cair na vala comum, repetindo clichês da lógica racista que animaliza o negro e retira sua capacidade racional o confinando em um lugar de força física

Reproduzem teorias do século 19, ou racismo científico, a ideia de que a população negra seria biologicamente inferior à população branca, com o fim de justificar a escravidão. Segundo essa ideologia, que, vale frisar, reinou na intelectualidade do país e sedimentou as bases de estudos e discursos, negros e negras seriam dotados de força física e capacidade braçal, mas não seriam aptos a desenvolver trabalhos intelectuais.

Ainda hoje, as raízes dessa visão colonial se traduzem no ranço em reconhecer, ou na teimosia em não reconhecer, a genialidade de uma pessoa preta, seja ela atleta, escritora, política, artista et cetera.”

Em verdade, a colunista pegou carona numa afirmação feita pela jornalista Renata Mendonça, que teria, segundo a colunista, apontado racismo em um comentarista esportivo que reduziu o atacante belga Romelu Lukaku a um jogador desprovido de técnica e dotado de mera força física. Tal comentário teria sido feito na transmissão da final entre Chelsea e Palmeiras, no qual o clube inglês venceu o jogo, com um gol de Lukaku e sagrou-se, pela primeira vez, campeão mundial de futebol masculino.

Digo à nossa “filósofa” o seguinte: O comentarista esportivo em questão pode até ter se equivocado em relação ao juízo que fez do atacante; mas é lícito – e muito comum – um profissional da imprensa considerar que determinado jogador vale mais pela força física do que pela capacidade técnica; e isso não tem nada a ver com o fato de o atleta ser branco ou negro – não caracterizando, portanto, racismo.

Quanto à imputação absurda de que profissionais da imprensa esportiva, seguindo um padrão vigente no século XIX, consideram que “negros e negras seriam dotados de força física e capacidade braçal, mas não seriam aptos a desenvolver trabalhos intelectuais” é uma inverdade. Fosse assim, os profissionais de imprensa não teriam reconhecido como gênios Pelé, Garrincha e tantos outros. E não foi isso o que aconteceu.