sexta-feira, 25 de abril de 2025

Juarez Távora

14, abril, 2025

A memória de um cidadão chamado Juarez do Nascimento Fernandes Távora – para efeito da história, Juarez Távora -, ainda hoje é bastante cultuada na Paraíba. Na capital, dá nome a uma das principais ruas da cidade, que corta praticamente todo o bairro da Torre. Também há um importante município paraibano, na região polarizada por Itabaiana, que leva o seu nome.

Nascido em 1898 no interior do Ceará, foi um dos principais nomes das revoltas tenentistas e da Revolução de 1930 no Brasil, com trajetória marcada por forte ligação com os revolucionários paraibanos, nesse último acontecimento. Conhecido como o “Vice-Rei do Norte” por sua liderança decisiva nos combates e articulações no Norte e Nordeste do país, Távora teve papel central na articulação política e militar que culminou na queda da República Velha.

Formado pela Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, participou do movimento do Forte de Copacabana em 1922, da Revolta Paulista de 1924 e se uniu à Coluna Prestes em 1926, percorrendo o interior do Brasil com o propósito de denunciar as injustiças sociais e lutar por reformas política, sob a liderança de Luis Carlos Prestes.

Durante as articulações que precederam a Revolução de 1930, Juarez Távora teve uma ordem de prisão decretada e precisou se esconder na antiga cidade da Parahyba (atual João Pessoa). Estava na capital paraibana justamente quando o então presidente do estado, João Pessoa, foi assassinado em Recife, episódio que aceleraria os acontecimentos revolucionários. A Paraíba foi, nesse contexto, um dos centros nevrálgicos da conspiração, e Juarez manteve intensa ligação com líderes locais, como os irmãos Suassuna e outros civis e militares comprometidos com a causa.

Com a eclosão da Revolução de 1930, Távora liderou as forças rebeldes que rapidamente tomaram o controle de vários estados do Norte e Nordeste, consolidando sua reputação de estrategista e comandante firme. Após a vitória do movimento, assumiu importantes cargos no governo de Getúlio Vargas, entre eles o de Ministro da Agricultura e, mais tarde, o de Ministro dos Transportes. Também foi candidato à Presidência da República em 1955, pela UDN, sendo derrotado por Juscelino Kubitschek.

Nos anos do regime militar, voltou à vida pública como Ministro da Viação e Obras Públicas no governo Castelo Branco (1964–1967). Faleceu em 1975, no Rio de Janeiro, mas deixou como legado sua atuação decisiva na história político-militar brasileira.