segunda-feira, 28 de abril de 2025

O lendário Manga

11, abril, 2025

O goleiro Manga, cujo nome era Haílton Corrêa de Arruda, morreu na manhã de terça-feira (8), aos 87 anos, em consequência de um câncer de próstata.

Segundo reportagem da revista Placar nº 1329-A, o apelido teve como causa o fato de que quando juvenil do Sport Recife já demonstrava ser um excepcional goleiro, ao conquistar, em 1954, o título da categoria, sem sofrer qualquer gol, sendo, por isso, comparado ao então bom goleiro do Santos (SP), que tinha tal apelido.

Manga foi um dos goleiros mais completos que o Brasil já teve. Era ágil, tinha ótimos reflexos, fez inúmeras defesas consideradas impossíveis e, ainda por cima, era grande pegador de pênalti. Tinha, também, uma reposição de bola rápida, numa época em que tal destreza era rara. Ele defendia e repunha a pelota com rapidez e inteligência.

Brilhou em vários clubes brasileiros, mas foi no Botafogo carioca que fez história, tornou-se ídolo e um dos principais nomes, numa época é que o time era uma verdadeira seleção. Contava com Garrincha, Amarildo e Zagallo. E, no segundo bicampeonato carioca (1967 e 1968), atuou, entre outros craques, ao lado de Jairzinho e Gérson.

Início no Sport

Natural de Recife, começou a carreira no Sport, alcançando o tricampeonato pernambucano (1955, 1956 e 1958), antes de ir para o Rio, onde se tornou ídolo defendendo a camisa do Botafogo, entre 1959 e 1968.

Era um colecionador de títulos: foi tetracampeão carioca pelo Botafogo; tricampeão gaúcho e bi brasileiro pelo Internacional . Manga estava internado no Hospital Rio Barra, no Rio de Janeiro. Ele tratava, nos últimos anos, um câncer de próstata.

Convocado pela seleção brasileira na Copa de 1966, Manga também conquistou títulos pelo Nacional, do Uruguai, sendo o primeiro goleiro do país a fazer sucesso em grandes equipes do exterior.

Reconhecido como um dos grandes jogadores da posição na história do futebol brasileiro, sua data de aniversário —26 de abril— passou a ser considerada o “dia do goleiro”.

Pelo Nacional, em que passou a jogar com luvas, Manga foi tetracampeão uruguaio (1969, 1970, 1971 e 1972) e venceu a Copa Libertadores, em 1971.

Manga também teve passagens por Grêmio (campeão gaúcho em 1979), Coritiba (campeão paranaense em 1978), e Operário-MS (campeão mato-grossense em 1977). Seu último clube foi o Barcelona de Guayaquil-EQU, conquistando o campeonato equatoriano em 1981. Ele se aposentou no ano seguinte, aos 45 anos.

Com a camisa da seleção brasileira, o goleiro foi convocado pelo técnico Vicente Feola como reserva de Gilmar na Copa de 1966. Assumiu a posição no terceiro jogo da fase de grupos, contra Portugal, após contusão sofrida pelo titular do posto.