Entre os prédios ícones de João Pessoa está o castelinho (foto), da Praça Simeão Leal (antiga Praça Bela Vista). O prédio fica em Jaguaribe, próximo ao limite com Cruz das Armas, na esquina das ruas Seráfico da Nóbrega e Joaquim Hardman.
A praça, a referenciar o palacete, já propiciou uma bela vista de todo o vale, em frente, que abriga os rios Marés e Sanhauá. Um panorama que ao longo do tempo terminou anulado por edificações entre a praça e o vale.
Por conta de haver sido o responsável pela ideia de sua construção, o casarão é comumente vinculado, do ponto de vista histórico, a João da Mata Correia Lima, falecido em acidente de automóvel, a caminho do Recife, em 1929, que não chegou a ocupá-lo.
Contudo, o primeiro morador do palacete foi o comerciante Nicolau da Costa (assim referido em título e em matéria de A União, em 1931), considerado pela reportagem, que trata de uma ação comercial protocolada por ele, na época, como “dos mais operosos e mais honestos” da cidade…
Nicolau da Costa, estabelecido na então Rua Barão da Passagem – que voltou a ser Rua da Areia, até hoje -, progrediu da venda de estivas a exportador de algodão e açúcar, ‘chegando a monopolizar o de açúcar e ser um dos primeiros no comércio de algodão”, também segundo A União.
Entre as lendas modernas, destaque para a de que o conhecido cantor e compositor Benito de Paula, que morou anos em João Pessoa, haja residido no dito casarão, o que nunca aconteceu. No entanto, já serviu de repartição para o Departamento Estadual de Trânsito.
O palacete da Praça Bela Vista, construído na década de 1920, é um exemplar da arquitetura eclética que marcou o período de urbanização da Paraíba no início do século XX.
Sua fachada imponente combina elementos neoclássicos, como colunas ornamentais e frontões trabalhados, com detalhes art nouveau, evidenciados nas grades de ferro fundido e nas janelas em arco.
O uso de tijolos aparentes e cerâmicas coloridas em alguns trechos reforça a riqueza estética do projeto, atribuído a construtores locais influenciados pela tendência europeia da época.
O imóvel é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba-IPHAEP, por força do decreto número 8.651, de 26 de agosto de 1980.