Transformar ruas históricas em calçadões não é um capricho, é um investimento inteligente no futuro da cidade. Com a ação, revitaliza-se e requalifica-se o seu núcleo histórico, tornando-o mais humano, inclusivo, economicamente mais ativo e culturalmente vivo. Intenta-se permitir que o passado continue se mostrando de forma mais conectada com o ritmo do presente.
Assim já acontece com a esmagadora maioria das cidades históricas do país e do mundo, e assim também já vem ocorrendo em João Pessoa, embora a passos ainda não tão largos quanto seria necessário. Hoje, toda a área do Ponto de Cem Reis e mais as partes que lhe são adjacentes da Duque de Caxias já viraram calçadões bastante frequentados.
Para referenciar historicamente, tudo o que representou um dia as ruas da Baixa e do Colégio, como são os casos dos trechos da atual Duque de Caxias — entre a Igreja da Misericórdia e a rua Guedes Pereira, e entre a Guedes Pereira e a Praça João Pessoa, respectivamente —, já viraram calçadão, uma tendência que, segundo projeções, visa chegar até a região do Centro Cultural São Francisco.
O que acontece é que, sem o estresse do trânsito, a vibração dos motores e o risco de acidentes, a beleza arquitetônica pode ser verdadeiramente apreciada. Os detalhes das fachadas, o desenho do calçamento, a vida urbana ganha nova dimensão. O calçadão cria o ambiente ideal para a contemplação da história material da cidade, fortalecendo o orgulho local e o interesse dos visitantes.
Um calçadão bem planejado, conforme anunciam que está sendo executado o do novo Ponto de Cem Reis, é um ganho enorme para idosos, pessoas com deficiência, famílias com carrinhos de bebê e pedestres em geral. Democratiza o acesso ao coração histórico da cidade, garantindo que todos possam usufruir daquele espaço simbólico com segurança e conforto.
Agora, é sabido que transformar o coração antigo da cidade num calçadão atraente e dinâmico traz desafios, exigindo muito estudo e parceria. É preciso garantir que o comércio receba mercadorias, que moradores e serviços essenciais tenham acesso, e que haja estacionamento e transporte público eficiente nas bordas, o que, no entanto, abre espaço para inovações e singularidades. Naturalmente, transformar o coração antigo da cidade num calçadão atraente e dinâmico traz desafios, exigindo muito estudo e parceria. É preciso reorganizar o trânsito, garantir que o comércio receba mercadorias, que moradores e serviços essenciais tenham acesso, e que haja estacionamento e transporte público eficiente nas bordas, o que, no entanto, abre espaço para inovações e singularidades.
Para concluir, reafirmo que os calçadões no centro histórico devem ser vistos como parte de um projeto mais amplo de pertencimento e valorização da memória. Os calçadões forçam as pessoas a caminharem por ruas antigas com segurança e dignidade. Andar a pé, além de tudo, faz um bem danado à saúde física e mental.