A decisão do presidente Lula em demitir Ana Moser do Ministério do Esporte foi um retrocesso para toda população do Brasil. A natação também sofrerá as consequências dessa triste decisão política, para enquadrar o centrão no governo federal e facilitar as negociações no congresso nacional.
E por que falo com tristeza e tanta dor por essa mudança? Ana Moser representava um pensamento novo, não só porque é uma ex-atleta de alto rendimento, mas porque pensava no esporte como uma integração nacional ligando suas práticas as escolas públicas e universidades.
A ex-ministra tinha um plano gigantesco para incluir o esporte na veia das nossas crianças e valorizar os professores de Educação Física nos municípios. Ela tinha um projeto de popularização do esporte para inclusão social nas camadas pobres e que não tinham acesso, a essa fantástica fábrica transformação e inclusão que é o esporte.
O Brasil é um país continental, multirracial e com diversas diferenças geográficas. Apesar de termos um mar a nossa disposição, quantos atletas praticam o iatismo? Vôlei de Praia? E Triátlon? Com relação a natação, os Estados Unidos possuem até 10 vezes mais que o Brasil com atletas federados em suas federações, ou seja, os praticantes tem acesso com facilidade as piscinas em qualquer momento da vida e em qualquer local.
No Brasil não, os praticantes da natação normalmente são de classe média, brancos e de colégios particulares, restringindo os acessos. Não temos piscinas nas cidades do interior da Paraíba e muito menos, professores de Educação Física treinados e motivados.
Pois bem, o projeto de Ana Moser era fazer um trabalho de acesso, junto as escolas públicas e fazer com que o esporte chagasse na população pobre do país. Ana Moser relatava que isso ajudaria nos índices da saúde, educação e diminuição de consumo de drogas e violência. Além disso, mais na frente à inciativa privada assumiria o esporte de alto rendimento, exatamente quando os atletas olímpicos terão visibilidade na mídia como um todo.
Apesar de todos os avanços sociais, dos governos anteriores, após a redemocratização de 1985, a integração entre a educação e esporte nunca aconteceu nessa plenitude. Essa era a visão da ex- atleta e agora ex-ministra do esporte Ana Moser. Foi uma decisão política, todos sabemos, mas sempre sobra para o esporte, até porque hoje existem interesses nos jogos de apostas nesse caso
Não tenho nada contra o deputado federal André Fufuca, mas esse deley será inevitável porque é preciso entender de esporte para fazer esporte. O governo Lula e Ana Moser pregavam uma política pública de esporte inclusiva, democrática e igualitária, mas foram sucumbidos pelo centrão. Nossos atletas da natação fazem verdadeiros milagres para enfrentar hegemonias consagradas como Estados Unidos, Austrália, França, China e Rússia.
Para virar esse jogo, é preciso começar a colocar no orçamento exatamente esse projeto, a fim de que nossas excelentes características geográficas e multirraciais saiam do papel e aconteçam na prática. O governo precisa entender que o esporte faz parte do direito social, escrito na nossa constituição.
Jogos da Juventude
A seleção paraibana de natação, entre 15 e 17 anos, se encontra na cidade de Ribeirão Preto–SP para tentar fazer um bom campeonato. Foram convocados 14 atletas, sendo 8 no masculino e 6 no feminino. Destaco a equipe feminina que pode surpreender com as aletas Esthefany Benevenuto, Isabela Garcia e Giovana Campos. Boa sorte.
Norte-Nordeste Walter Figueiredo
Vem aí, o maior campeonato de natação do Norte-Nordeste, o Troféu Walter Figueiredo, que será realizado na cidade de Fortaleza-CE, entre os dias 28 a 30 de setembro. Os clubes da Paraíba já prepararam a logística, porque o treinamentos dos atletas vem sendo intensificados. Creio que teremos bons resultados nas piscinas do Ceará.