quarta-feira, 25 de junho de 2025

Vem aí a série E!…

6, junho, 2025

A partir de 2026, os campeonatos estaduais sofrerão uma baixa: as competições terão apenas 11 períodos reservados no calendário oficial, ao contrário dos 16 atuais.

Embora bem recebida por boa parte dos clubes, houve resistência à medida em algumas federações — especialmente a Federação Paulista de Futebol, uma das mais afetadas. Mas, evidentemente, todas terão que se adequar à nova realidade. A decisão visa a um projeto maior de reorganização do calendário e do sistema competitivo do futebol brasileiro, sendo que o próximo passo é a criação de uma quinta divisão nacional: a Série E.

A proposta da Série E, que não é nova, certamente proporcionará uma possível compensação à redução dos estaduais. Ao enxugar torneios locais, a CBF abre espaço para ampliar o calendário nacional, dar mais visibilidade a clubes do interior e integrar centenas de equipes que atualmente ficam sem atividade entre o período dos estaduais e a inatividade, tendo, inclusive, em muitos casos, ter que dispensar plantéis inteiros.

A proposta se resume em reduzir, drasticamente, a Série D, de 64 para 20 clubes, como é a Série C; e a Série E teria 64 clubes. Assim, teríamos 20 vagas a mais em divisões nacionais.

Europa: um bom exemplo

No Brasil, mesmo com mais de 700 clubes profissionais e semi-profissionais em atividade, temos apenas quatro divisões. Países como Inglaterra, Itália e Alemanha trabalham com estruturas de 8 a 11 níveis hierárquicos, com acesso e rebaixamento em todas as pontas.

Acreditamos que com uma Série E o futebol brasileiro possa, finalmente, começar a construir uma base sólida, capaz de estimular a profissionalização da gestão em pequenas cidades; manter jogadores, técnicos e comissões técnicas em atividade durante todo o ano; reduzir a dependência de verbas públicas; sobretudo em municípios do interior; e estabelecer um elo significativo entre os estaduais e as divisões nacionais já existentes.

Atualmente, a maioria dos clubes pequenos joga por dois ou três meses no ano e depois fecha as portas — à espera do estadual seguinte. A Série E seria uma alternativa fundamental para manter essas agremiações em atividade, treinando, jogando, revelando talentos e fomentando as economias locais.

O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, tem demonstrado que pretende adotar uma gestão aberta ao diálogo e sensível à realidade dos clubes fora do eixo Rio-SP. Nos primeiros encontros com dirigentes, ouviu demandas por mudanças estruturais e acenou, positivamente, para a criação de novas competições que atendam a clubes de menor cabedal.