Anoite desta segunda-feira (5) no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, pertencente à rede estadual de saúde, foi marcada por mais um transplante de coração. O quinto procedimento realizado no ano de 2024 renovou as esperanças do jovem Edson Mateus, de 35 anos, da cidade de Campina Grande.
O paciente apresentava uma miocardiopatia, uma doença no músculo do coração que o deixava muito fraco. Ele já fazia acompanhamento no Ambulatório da unidade hospitalar gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde ( PB Saúde), e desde maio aguardava na fila única de transplante por um novo coração. Graças ao sim da família da paciente doadora, de 31 anos, que teve um acidente vascular encefálico hemorrágico, Edson pôde receber um novo coração. Além do coração, foram doados os rins e as córneas.
De acordo com o cirurgião cardiovascular Maurílio Onofre, o paciente já tinha realizado uma cirurgia cardíaca previamente para troca de duas valvas no coração para implante de duas próteses, além de colocação de uma ponte de safena e devido essa cirurgia prévia aumentou bastante o tempo cirúrgico. “Ele encontrava-se bastante sintomático, apresentava cansaço aos mínimos esforços, até mesmo andar no interior de sua residência. Pelo fato dele já ter realizado uma cirurgia cardíaca prévia, isso dificulta muito o transplante, aumentando o tempo cirúrgico. Geralmente um transplante de coração é feito em torno de quatro a seis horas, a dele demorou umas oito horas”, explicou Maurílio.
Para a coordenadora de enfermagem da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) do Metropolitano, Patrícia Monteiro, o sucesso de cada transplante é fruto de uma doação de órgãos, e este é resultado de uma rede de profissionais, como médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e outros. “A generosidade dessas famílias é verdadeiramente inspiradora e nos lembra da importância da solidariedade e compaixão em momentos de adversidade,” destacou Patrícia.
O paciente encontra-se na UTI cardiovascular, estável, e a equipe multiprofissional continua acompanhando a evolução nos próximos dias.
Transplante no HM: O Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires é referência em cardiologia e neurologia e recebeu o credenciamento para realização do transplante cardíaco em junho de 2020. Desde então, foi implantado na unidade o Ambulatório de Transplante, para atendimento a pacientes candidatos ao procedimento. Além do transplante em adultos, o Metropolitano tornou-se o 5º hospital público do país habilitado para fazer transplante de coração pediátrico. Em 26 de março de 2022, a unidade hospitalar realizou o primeiro transplante cardíaco 100% SUS pela Paraíba. Já em 2023, foram realizados quatro transplantes cardíacos, enquanto que neste ano de 2024 chegou a marca dos cinco transplantes realizados.
Fonte – SECOM-PB