O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, subiu o tom ao ser questionado sobre o fim da obrigatoriedade de máscaras no Brasil e comparou o uso da proteção ao de camisinha. As declarações foram dadas nesta sexta-feira (8), dia em que o país ultrapassou 600mil mortes por Covid-19, em entrevista à imprensa .
“Preservativos diminuem doenças sexualmente transmissíveis. Vou fazer uma lei para obrigar as pessoas a usarem preservativo? Imagina!”, afirmou o ministro.
Na avaliação do cardiologista, leis que obriguem o uso de máscaras são ineficazes e a população deveria se conscientizar:
“Em relação a máscaras, minha posição é clara: o cuidado é individual, o benefício é de todos. Ocorre que existem leis que querem obrigar as pessoas a usarem máscaras. Essas leis são absolutamente ineficazes. O que nós temos que fazer é que as pessoas se conscientizem”, disse.
O protocolo sobre o fim do uso obrigatório de máscaras deve ser antecipado em duas semanas. Agora, o Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) do Ministério da Saúde prevê entregá-lo ao ministro Marcelo Queiroga até meados de outubro. O prazo original era o fim deste mês.
Ainda não há detalhes sobre se o documento orientará o uso facultativo da proteção facial em todos os locais ou somente ao ar livre. A data, no entanto, depende do andamento do trabalho dos pesquisadores.
Queiroga relembrou a viagem a Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde acompanhou o presidente Jair Bolsonaro durante a Assembleia Geral das Organização das Nações Unidas (ONU). Durante a viagem, o cardiologista comeu pizza e posou sem máscara de Bolsonaro, do ministro da Secretaria-Geral, Luiz Eduardo Ramos, e do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, entre outras pessoas.
“Eu quero saber: como eu posso comer pizza com máscara? A gente tem que acabar com essa narrativa. O nosso problema não é máscara, a gente tem é que desmascarar certas pessoas aí, que tem narrativas que não se sustentam em absoluto”, declarou.
O ministro da Saúde não especificou a quem estava se referindo. Nesta semana, porém, a secretaria de Gestão do Trabalho no ministério, Mayra Pinheiro, conhecida como “Capitã Cloroquina”, registrou um boletim de ocorrência contra o chefe de gabinete do ministro, João Lopes de Araújo Júnior, por ameaça. Segundo a médica, ela e o ministro do Trabalho e da Previdência Social, Onyx Lorenzoni, foram acusados de trabalhar em prol da demissão de Queiroga.
Fonte: Paraiba Já